De que é feito um profissional?
Quanto valem as nossas raízes e conexões no mercado? Aquela pessoa que você conheceu no primeiro dia de aula da graduação e que anos depois foi o link para conseguir a primeira vaga no mercado de trabalho ou um professor que também é dono de empresa e que sabe que você é capaz de dar conta do recado. Quanto vale precisar de um fornecedor ou de um lugar específico para locação de um equipamento e saber exatamente onde encontrar?
Esse pensamento sem pé nem cabeça surgiu recentemente quando passei 3 semanas trabalhando em Lisboa na unidade Portuguesa da IdeiaTrupe, empresa onde trabalho. Em um lugar onde até o jeito de pedir um simples cafezinho é diferente (longo ou forte?), o que dizer de algo mais complexo como descobrir uma gráfica capaz de produzir um cartão de visitas com acabando diferentão, baixo relexo e papel raro?
A grande pergunta é, se tirarmos as conexões, o network, os contatos comerciais e de fornecedores que nos ajudam no dia-a-dia, o que sobra?
Colocar em prática aquilo que passamos anos fazendo mas que agora está sob outra ótica, é um bom teste pra saber do que somos feitos. No meu caso, pessoas que vivem uma cultura diferente, fazem com que uma imersão mais intensa seja necessária. E aí começa a ser medida a nossa capacidade real.
Um outro exemplo legal e que deixa isso bem evidente foi referente à area de arquitetura. Se você vive no nordeste brasileiro, um imóvel virado para a posição nascente é mais valorizado se comparado com um na posição poente, que vai receber sol durante a maior parte do dia, fazendo com que o conforto térmico não seja dos melhores. Mas a mesma regra não se aplica em regiões mais frias onde ter o sol batendo a maior parte do dia é uma vantagem, então o poente é mais valorizado. Fica aí a dica para você amigo corretor que vai mudar de região, talvez os seus argumentos de venda tenham que ser revistos.
Sair da zona de conforto de tempos em tempos pode ser um bom exercício para dar aquele sacode na vida profissional e ter que voltar e rever o que não se tem mais certeza. Recomendo a todos. Você amigo designer, esquece o pacote Adobe e o Mac um pouco e vê o que sobra, seu novo projeto favorito pode surgir de um momento desses. ;)